Gaeco revela porque os Ribeiros romperam com Márcia Lucena
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Dr. Temístocles Filho, ex-vice-prefeito de Conde. |
Trechos de uma conversa entre Daniel Gomes e Ricardo Coutinho, ex-governador
da Paraíba, mostram um fato que até hoje só se comentava nos bastidores, o
motivo do rompimento em 2017 do vice-prefeito Dr. Temístocles Filho com Márcia
Lucena (PSB), prefeita presa ontem (17) pela Operação Calvário do GAECO.
Em determinado momento Daniel diz a Ricardo:
“...no início não ‘tava’ andando lá, aí saiu a secretária de saúde ‘num’
sei o quê, aí assumiu uma outra lá e a Márcia chamou, fazendo uma reunião com o
Sérgio (diretor financeiro da LIFESA)”.
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Para lembrar o caso, a secretária de saúde do Conde era Luciana
Ribeiro, esposa do ex-vice prefeito Temístocles Filho. Comenta-se nos
bastidores que Dr. Téo (como o ex-vice-prefeito é conhecido) era contra a
entrada do esquema da Cruz Vermelha na gestão de Saúde do Conde e que por esta
razão sua esposa entregou o cargo. Em seu lugar entrou a advogada e amiga de
Márcia Lucena, Renata Domingos.
Em outro trecho das conversas Daniel fala com Ricardo:
Ricardo: “O laboratório, eu peguei o LIFESA”.
Daniel: “O senhor pegou pesado lá, deu... sexta-feira uma reunião, praticamente
alinharam pra assinar o contrato na outra semana”.
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Trecho da conversa entre Ricardo e Daniel constante no mandato de prisão |
Após ver a resistência do vice-prefeito em aceitar a entrada do
esquema da Cruz Vermelha na gestão de Saúde do Conde, Ricardo “pegou pesado” e
Márcia aceitou o contrato de 738 mil reais para compra de medicamentos com a
LIFESA. Mais uma vez o vice-prefeito não concordou com esse esquema e então
rompeu definitivamente com Márcia Lucena.
Na época Dr. Téo emitiu nota dizendo: “É com imensa tristeza e decepção que comunico a vocês meu afastamento
oficial dessa estrutura de gestão da qual tentei contribuir nesses últimos 9
meses. Dediquei-me, fiz questão de tentar participar ativamente, mas os rumos
foram distorcidos daquilo que foi prometido em campanha”.
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No mandato de prisão contra Márcia Lucena, o desembargador Ricardo
Vital cita trecho da narrativa do GAECO sobre o caso, afirmando que: “Em
decorrência da ruptura política entre a prefeita Márcia Lucena e o
vice-prefeito Temístocles Filho, do pedido da chefe do executivo (MÁRCIA
LUCENA) no sentido de suspender o processo de implantação do “projeto” até o
início de 2019...”
Em provável retaliação, Dr. Téo foi demitido do Hospital de Trauma
Senador Humberto Lucena um dia após este rompimento, sem justa causa. Em
setembro de 2019, alegando perseguição de Márcia Lucena, renunciou ao mandato de
vice-prefeito de Conde.
Da Redação
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